quarta-feira, 26 de maio de 2021

"Prefeito de Gravataí não pode ser um leão com os servidores e um gatinho com a Sogil"; Dimas fala sobre a previdência municipal

Foto: Luís Felipe/Poder24h


O presidente municipal do PSD, Dimas Costa, divulgou artigo onde
expõe contrariedade à proposta de reforma da previdência dos servidores municipais apresentada nesta semana à Câmara de Vereadores pelo prefeito 
Luiz Zaffalon (MDB)

O PSD é o principal partido de oposição em Gravataí. Seus três vereadores, Anna Beatriz, Bombeiro Batista e Cláudio Ávila, apontam semanalmente as falhas da administração municipal, numa "injusta batalha" já que o governo do MDB conta com maioria absoluta no plenário, 15 dos 21 vereadores apoiam Zaffalon. E esse apoio pode chegar aos 16 votos na votação da reforma.

No texto, Dimas faz uma defesa política do funcionalismo e cobra que o prefeito "corte na própria carne" ao invés de deixar que os servidores "paguem a conta sozinhos". Dimas também reproduz um discurso que usava na eleição que perdeu para Zaffalon, ao dizer que os 5 mil servidores são consumidores que gastam no comércio local e merecem um tratamento diferente do governo que há quase dez anos persegue funcionários e não concede nem reajuste salarial.

Dimas fez política por que é político, apresentar mais do que a sua opinião ele seria obrigado apenas se tivesse ganhado a eleição. 

Ao ser um dos primeiros a se manifestar contrário à proposta do governo, Dimas também força que Anabel Lorenzi, terceira colocada na eleição para prefeitura e reconhecida oposicionista aos governos do MDB, apresente a posição do PDT, um partido totalmente inclinado para o lado do governo. O PDT está fazendo um debate interno sobre o tema.

Mas, ou o PDT reafirma sua posição histórica do Trabalhismo, que inclusive custou o pedido de expulsão da deputada federal Tábata Amaral, de São Paulo, por ter votado sim na reforma da previdência proposta pelo presidente Michel Temer, ou tomba logo para dentro do governo Zaffalon. 

A seguir o artigo de Dimas, que não representa a opinião deste blog sobre a reforma da previdência:

A reforma que só prejudica um lado.

A reforma da previdência em Gravataí é a continuidade de um projeto do MDB que trata o servidor aprovado por concurso público como um adversário do governo e da população.

Não esqueçamos que servidor é aquela professora que ensina nossos filhos, é aquela enfermeira que nos aplica a vacina contra a Covid 19 no posto, aquele peão que coloca o asfalto quente na nossa rua, o gari que recolhe o nosso lixo, é a cozinheira que faz a comida quentinha na hora da merenda da escola, muitas vezes a única refeição feita pelas crianças mais humildes do município.

Não esqueçamos que no serviço público municipal temos 5 mil potenciais investidores, consumidores que gastam seu dinheiro aqui na cidade. Almoçam, jantam e ajudam a fomentar o nosso tão prejudicado comércio de Gravataí.

É este servidor que há oito anos não tem um real sequer de reajuste, e que em meio à pandemia assiste o prefeito, sem nenhuma empatia e compaixão, apresentar uma reforma dias após dar R$ 5 milhões para o transporte público. Dinheiro dos cofres públicos!

A nossa única esperança é a Câmara de vereadores ouvir os servidores e barrar essa reforma nefasta. Ali na Câmara, onde temos assistente social, professores, advogados, lideranças cientes de que essa reforma massacra quem verdadeiramente faz a prefeitura funcionar e nunca deixou de fazer a sua contribuição com a previdência. Se há culpados, não são os servidores de Gravataí.

Nós do PSD entendemos que essa reforma já está em curso há uma década na cidade, onde o servidor teve zero reajuste e alguns de seus direitos retirados. Agora, após todos esses anos de perseguição, novamente a solução é a velha receita de retirar, dos que menos têm?

Entendo ser necessária uma reforma que assegure a aposentadoria dos trabalhadores, mas não essa reforma onde o servidor paga a conta toda. Vemos os serviços de saúde piorar a cada ano porque ninguém quer trabalhar em Gravataí. E a culpa é do gestor, que gasta demais onde não deve. Com todo esse massacre estamos perdendo excelentes profissionais pra outros municípios e estados.

Preservar os mais de 200 CCs, porque estes são indicações partidárias e fundamentais para se eternizarem na prefeitura, é a preocupação do governo Zaffalon, pois nem cogitam cortar na própria carne para aplacar o alegado rombo de um bilhão. Prefeito Zaffalon, nas crises todos cortam na própria carne menos o seu governo, que criou secretaria e além de criar, contrata consultorias. O servidor está cansado de pagar essa conta sozinho.

O prefeito de Gravataí não pode ser um leão com os servidores e um gatinho com a Sogil.

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